
O IBGE divulgou uma nova parte do Censo 2022 que trata sobre os resultados da amostra de religião no país. Durante a pesquisa, foi questionada qual a religião ou culto dos entrevistados, divididos em grandes grupos: católica apostólica romana; evangélica; espírita; umbanda e candomblé; tradições indígenas; outras religiosidades; sem religião; não sabe e sem declaração. O grupo “umbanda e candomblé” abarcava outras religiões afro-brasileiras e, o “outras religiosidades” compreendia as declarações de multirreligiosidade e as de religiosidade mal definidas.
O grupo com 10 anos ou mais de idade que se considerava da “Católica Apostólica Romana” ainda foi o maior no estado, sendo 58,6% dos tocantinenses. Mesmo assim, houve uma queda na comparação com o Censo 2010, quando eram 68,3%. Os evangélicos chegaram a 31% do total, sendo que na pesquisa anterior eram 22,9% dos moradores. Os espíritas foram 0,55% em 2022, ante 0,7% em 2010. Pessoas sem religião registraram aumento entre os Censos, subindo de 5,97% para 6,45%, respectivamente.
“Umbanda e candomblé”, no último levantamento, somaram 0,14%; “tradições indígenas”, foram 0,32%; “outras religiosidades”, representaram 2,73% dos tocantinenses. “Não sabe” foram 0,03% e, “sem declaração”, 0,1%.
Lizarda é o município do Tocantins com maior proporção de católicos e, Sandolândia, de evangélicos
Ao se considerar as religiões por cidades, Lizarda lidera o ranking de maior proporção de católicos no estado, sendo 89% dos habitantes do município. Em seguida, vieram São Valério (82%), São Salvador do Tocantins (81,6%) e Ponte Alta do Bom Jesus (81,1%). As menores porcentagens foram registradas em Tocantínia (37,5%), Paraíso do Tocantins (48,7%) e Palmas (48,9%).
Sandolândia marcou 41,7% de pessoas evangélicas e teve o maior quantitativo em 2022, seguido de Araguaçu, com 40,6%, e Araguacema, que teve 39,7% da população local. Palmas ficou em 6º lugar, com 36,8%. As menores proporções do Tocantins foram Lizarda (9,95%), Novo Jardim (12,8%) e São Salvador do Tocantins (15,1%).
Mulheres são maioria das pessoas com religião no Tocantins
Pessoas do sexo feminino representaram a maior parte das pessoas com religião no estado, sendo 50,9% dos católicos; 55,4% dos evangélicos; 60,5% dos espíritas; 56,6% dos umbandistas e candomblecistas e 53,8% de outras religiosidades. A única religião que teve maioria dos homens foi a de tradições indígenas, com 50,9% deles.
Os tocantinenses do sexo masculino tiveram a maior parcela entre a população sem religião (56,2%), pessoas que não sabiam (67,9%) e tocantinenses que não declararam (55,3%).
Quanto à cor ou raça da população no estado, 60,5% das pessoas pretas eram católicas; entre os evangélicos, os números são parecidos, com leve vantagem entre os pardos, sendo 31,4% deles dessa religião. Os amarelos têm uma distribuição maior na umbanda e candomblé (0,73%), espírita (2,21%) e “outras religiosidades” (8,27%). Pessoas indígenas tiveram os maiores índices em tradições indígenas (30,1%), “sem religião” (26,2%), na categoria “não sabe” (0,76%) e “sem declaração” (1,09%).
Maior índice de formados no estado foi de pessoas autodeclaradas católicas
Dos 18,4% de pessoas de 25 anos ou mais com superior completo no estado, mais da metade do valor, 10,7%, eram católicas. O número é quase três vezes maior que o de evangélicos na categoria, com 3,75% do valor total. Sem religião, ficou em terceiro lugar, com 1,68%.
No outro extremo da classificação por grau de instrução, que foi a variável de pessoas com mais de 25 anos sem instrução ou com fundamental incompleto, o quantitativo da população geral marcou 35,2% do montante. Os católicos também foram maioria, sendo 22,2% desse número. Em seguida, vieram os evangélicos, com 9,08%, e os “sem religião”, que representaram 2,48%.
Ao filtrar por pessoas de 15 anos ou mais por religião que não são alfabetizadas, 24,5% dos que seguiam as tradições indígenas estavam nessa categoria. Entre os que “não sabem”, foram 8,23%. Católicos e evangélicos tiveram números próximos nessa variável, sendo 7,79% e 5,39%, respectivamente.
Panorama nacional
O quantitativo de católicos entre os Censos 2010 e 2022 caiu de 65% para 56,7%, assim como o de espíritas, tendo declínio de 2,1% para 1,8% no Brasil.
Todas as outras categorias tiveram elevações, sendo que os evangélicos atingiram 26,9%, ante 21,7% do levantamento anterior. Umbanda e candomblé, que antes representavam 0,3%, alcançaram 1,0%. “Outras religiosidades” foram autodeclaradas por 4,0% dos brasileiros e, a população sem religião, cresceu de 7,9% para 9,3% do total.