Investigações concluidas

Mãe e tio de três crianças resgatadas após denúncia de violência sexual vão responder por estupro de vulnerável

Crime aconteceu em Nova Olinda, região norte do Tocantins.

Quarto onde as crianças eram frequentemente violentadas - Foto: Divulgação/Polícia Civil do Tocantins
Quarto onde as crianças eram frequentemente violentadas - Foto: Divulgação/Polícia Civil do Tocantins

A Polícia Civil indiciou mãe e o o tio de três crianças resgatadas após denúncias de violência sexual em Nova Olinda, no dia 1º de maioOs dois vão responder por estupro de vulnerável. Durante as investigações, o delegado Fellipe Crivelaro descobriu que o homem teria amarrados as vítimas para cometer os abusos e dado dinheiro com objetivo de silenciá-las.

“O tio amarrou as mãos e cintura das vítimas e as estuprou. Depois deu R$ 20 para cada uma, como forma de comprar o silêncio. Quanto à mãe, considerando as circunstâncias e o contexto em que as crianças estavam inseridas, considerando ainda, o seu comportamento após tomar conhecimento dos fatos, ficou claro que ela assumiu o risco da ocorrência do resultado, e, portanto, ela foi indiciada pelo mesmo crime na condição de garantidora”, explicou.

Tio teria amarrado crianças antes de cometer abusos sexuais, segundo a polícia — Foto: Divulgação/PCTO

As crianças de 6, 7 e 10 anos foram resgatadas após denúncia feita pelo Conselho Tutelar da cidade. O tio, a mãe e o padrasto das crianças foram presos preventivamente na época e continuam detidos.

Segundo a Polícia Civil, o padrasto não foi indiciado por falta de provas e, por isso, o delegado recomendou a soltura dele. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Segundo a polícia, as três crianças estão com uma família substituta.

O delegado explicou que o caso começou a ser investigado após a coordenação da escola das crianças chamar o Conselho Tutelar.

“O tio chegou na escola para buscá-las, mas as meninas não quiseram ir com ele, foi onde a coordenadora da escola acionou o Conselho Tutelar, que levantou as informações preliminares de que essas crianças eram violentadas frequentemente por quem deveriam protegê-las”, informou o delegado.

Relembre o caso

Resgate das crianças e as prisões foram realizadas nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 1º – Foto: Divulgação/Polícia Civil do Tocantins

O Conselho Tutelar fez a denúncia após ser informado do caso pela coordenação da escola onde as crianças estudavam. As vítimas moravam na zona rural de Novo Olinda em uma casa, que, segundo a polícia, estava em péssimas condições e parecia um ‘cativeiro’.

Na manhã do dia 1º de maio, equipes da 33ª Delegacia de Polícia de Nova Olinda, com apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos (DRR – Araguaína), deram andamento à operação de resgate das crianças. As meninas foram retiradas da casa e os policiais cumpriram três mandados de prisão preventiva contra os suspeitos.

De acordo com o delegado, após as crianças serem resgatadas, foi possível perceber que a mudança representou alívio a elas.

“As crianças foram levadas ao abrigo na Casa de Acolhimento de Araguaína. E no momento em que chegaram na casa, elas ficaram muito felizes, começaram a brincar e deu para perceber que elas queriam mesmo era fugir daquele ambiente muito angustiante”, afirmou Fellipe Crivelaro.

As crianças aram por exames periciais que confirmaram os estupros. Conforme o delegado, “uma das crianças foi tão violentada sexualmente que chegou a dificultar o exame no Instituto Médico Legal, em razão de lesões na genitália”.

O tio e padrasto foram levados para a Unidade Penal de Araguaína e a mãe para a Unidade Penal Feminina de Ananás.

Fonte: g1 Tocantins