Ricardo Ayres - Foto: Washington César
Ricardo Ayres - Foto: Washington César

A Faculdade Católica Dom Orione (FACDO) sediou, entre os dias 20 e 24 de maio, o 1º Congresso Interdisciplinar: Justiça, Dependência Digital e Governança no Século XXI – I CONINTER FACDO 2025, em Araguaína. O evento reuniu especialistas das áreas de Direito, Psicologia, Contabilidade e istração para discutir os desafios da era digital, com foco em temas como dependência de redes sociais, jogos eletrônicos e o avanço preocupante do vício em apostas online no Brasil.

Um dos destaques do congresso foi a participação do deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), convidado para o evento em razão de sua atuação no Congresso contra os jogos de azar e o lobby bilionário das casas de apostas.

Na última sexta-feira, 23, durante sua palestra sobre os “Impactos Psicológicos da Era Digital”, Ayres destacou os efeitos devastadores do vício em jogos de azar sobre a saúde mental e a estabilidade financeira das famílias brasileiras. Segundo o deputado, o vício em apostas já é o terceiro mais comum no Brasil, atrás apenas do álcool e do tabaco, afetando cerca de 2,78 milhões de pessoas. Ele também chamou atenção para números alarmantes: em 2024, os brasileiros perderam até R$ 36 bilhões em apostas, enquanto o varejo deixou de faturar R$ 103 bilhões devido ao desvio de recursos das famílias para as bets. Jovens de 19 a 29 anos representam 46% dos apostadores, e um terço desse público já está endividado ou com o nome sujo.

Defensor da I dos Jogos de Azar, Ayres tem sido uma das vozes mais ativas no Congresso pela revisão das leis que permitiram a explosão das apostas no país. Entre os projetos de sua autoria, estão:

– PL 2842/2023: proíbe apostas esportivas em ações individuais durante eventos e regula apostas em número de gols e resultados.
– PL 2843/2023: limita o valor anual permitido para apostas esportivas, vinculando o teto à renda do apostador para prevenir a ludopatia.
– PL 3915/2023: proíbe influenciadores e artistas de promoverem ou endossarem empresas de apostas, jogos de azar e cassinos.
– PL 131/2024: impede pessoas cadastradas no CadÚnico de participarem de apostas, protegendo a população de baixa renda da armadilha do vício.

Durante o evento, Ricardo Ayres ressaltou que a legalização das bets, sem o devido controle e responsabilidade, gerou uma crise silenciosa no Brasil, comparável a uma epidemia de saúde pública. “As apostas online estão destruindo famílias, endividando jovens e agravando desigualdades sociais. O problema não está apenas nos influenciadores que promovem esses jogos, mas na estrutura que permite e incentiva esse vício. Precisamos enfrentar os interesses bilionários das casas de apostas e colocar a saúde mental e o bem-estar das famílias brasileiras em primeiro lugar”, afirmou.

O deputado também fez um apelo à reflexão sobre os riscos que envolvem o atual cenário. “Não podemos ignorar o impacto da publicidade desenfreada e do uso de influenciadores, muitos com milhões de seguidores, inclusive menores de idade, para normalizar o vício em jogos de azar. É urgente estabelecer um regramento mais firme em todas as instâncias — seja na divulgação, na regulamentação das empresas ou na proteção aos consumidores. A sociedade precisa compreender que o lucro de poucos não pode estar acima da vida e da saúde de milhões de brasileiros”.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Trocando em Miúdos

Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!

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