Fiscalização

Transporte escolar de dois municípios do TO são alvos de investigação do TCE

Frotas com vistorias vencidas, documentação ausente e risco à segurança dos alunos estão entre as irregularidades apuradas pelo tribunal.

Transporte escolar de dois municípios do TO são alvos de investigação do TCE


O Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO) abriu investigações contra as prefeituras de Nova Rosalândia e Jaú do Tocantins após constatar graves irregularidades no transporte escolar da rede pública municipal. As representações apontam falhas istrativas, desrespeito à legislação de trânsito e possíveis riscos à integridade física dos estudantes transportados.

Nova Rosalândia: transporte escolar com vistoria vencida e documentação incompleta

Com pouco mais de 3 mil habitantes, o município de Nova Rosalândia está sendo formalmente investigado após vistoria técnica do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-TO) identificar irregularidades em veículos utilizados no transporte de alunos. Dois automóveis contratados pela gestão municipal apresentavam vistoria vencida e ausência de certificados obrigatórios, o que configura infrações ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e afronta diretrizes do Acórdão nº 247/2024 do Tribunal de Contas da União (TCU), que exige rigor na contratação e fiscalização de serviços de transporte escolar.

A representação foi instaurada pelo próprio TCE após análise técnica indicar que os problemas decorrem de uma falha istrativa classificada como “erro grosseiro”. Embora o gestor do Fundo Municipal de Educação tenha apresentado defesa, não houve comprovação de que as pendências foram resolvidas, o que motivou a continuidade do processo na Corte de Contas.

Jaú do Tocantins: frota escolar inteira considerada irregular

A situação em Jaú do Tocantins, cidade com população estimada em 3,2 mil habitantes, é ainda mais alarmante. De acordo com laudo técnico do Detran-TO, todos os veículos utilizados no transporte escolar apresentaram problemas, incluindo:

  • Documentos vencidos ou ausentes;
  • Falta de adequações obrigatórias para transporte de estudantes;
  • Ausência de comprovação formal da correção das irregularidades.

Mesmo alegando que as falhas foram corrigidas, a gestora do Fundo Municipal de Educação, Ronilda Bispo de Souza Silva, apresentou defesa fora do prazo legal, o que impossibilitou a análise tempestiva dos argumentos. O caso segue em andamento e poderá resultar em sanções istrativas e financeiras, dependendo da conclusão da Tomada de Contas.

Preocupação com a segurança de crianças e adolescentes

As falhas identificadas nas duas cidades geraram preocupação entre pais, responsáveis e profissionais da educação, que temem pela segurança das crianças transportadas diariamente pelas frotas escolares. Além dos riscos físicos, o serviço precário compromete o o regular às aulas, em especial nas zonas rurais.

A fiscalização do TCE visa garantir o cumprimento das normas de segurança e qualidade previstas na legislação e responsabilizar gestores públicos por possíveis danos ao erário e omissões istrativas. A Corte também poderá recomendar a suspensão dos contratos ou aplicação de multas e imputação de débitos caso seja constatado prejuízo ao interesse público.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins